COOPERAÇÃO NA EQUIPE

Publicado por Estevão em

Postado em 26/03/2013

 

De repente, a palavra de ordem está em todos os lugares. Livros, revistas, encartes de jornal, todos
estão dizendo para as pessoas que elas podem ser um sucesso, que elas podem tomar as rédeas de sua
carreira.
Isso é ótimo. É uma força contagiente que melhora a produtividade de sua equipe. Só que também traz
um perigo.

Que perigo? Leia o parágrafo acima, a resposta está lá: a sua equipe. São pessoas que você gerencia.
Não são jogadores de tênis, ou corredores. Elas devem agir como um time de futebol, onde todos sabem
suas posições e funções, e jogam para o time, e para o resultado final.

E normalmente, não se olha esse lado das empresas. Ao contrário, busca-se somente estimular a
competição, através de planos de incentivo que geram um vencedor para cada dezena de perdedores. E, se
você tiver algum funcionário que segue a cartilha de pilotos da Fórmula 1, prevê-se problemas: “Há duas
maneiras de eu vencer: ser mais rápido do que ele ou jogar ele para fora da pista”.

Deve-se, então, buscar um equilíbrio. Manter os planos de incentivo e o reconhecimento aos esforços,
sim, mas equilibrá-los com ações que visem o espírito de equipe:

Premie a todos. Muitas empresas premiam apenas seus vendedores, afinal é algo fácil de se fazer:
quem faz mais dinheiro entrar na firma, ganha. Mas todos ali dentro fazem um esforço supremo para
que tudo corra bem. Assim, crie prêmios para o funcionário mais organizado, o mais pontual e,
principalmente, o que joga mais pela equipe. Também faça amplas distribuições de palavras de apoio
“não oficiais”. Um grande plano de incentivo acontece, no máximo, uma vez por ano (mais do que
isso, você corre o risco de viciar sua equipe). Um “bom trabalho, continue assim” pode ser usado à
vontade, não custa nada e tem o mesmo efeito.

Faça com que as pessoas vejam a competitividade como uma ferramenta, nunca como o
objetivo final. Assim, um funcionário não trabalhará o mês inteiro para ser o mais pontual, mas
para que a empresa entregue o projeto em tempo. Como se consegue isso? Estabelecendo metas
semanais para a equipe, e mantendo o objetivo do período acessível: cartazes, lembranças orais, tudo
vale para fazer com que as pessoas se lembrem que, além do compromisso com si mesmas, elas
devem se comprometer com a empresa.

 

Regras e ideologia claras: uma missão bem estabelecida e um planejamento estratégico partilhado
por todos se tornam a “ideologia” da empresa. No campo político, você sabe do que uma ideologia
era capaz. Pessoas literalmente dão suas vidas por idéias. É por isso que as maiores empresas do
mundo têm essa preocupação de passar seus valores e idéias a seus funcionários. Tente, por
exemplo, falar mal da Microsoft para um de seus empregados. Gerentes dessas empresas chegam a
afirmar que viver tentando respeitar as regras de ouro da empresa torna o trabalho mais divertido e
produtivo.
Tome cuidado ao contratar e ao promover: nada pior para uma equipe do que se sentir
injustiçada. Se alguém achar que “Ah, eu devia ter sido promovido no lugar da Carminha”, por
exemplo, não há como colocar a equipe para trabalhar bem novamente. As pessoas, naturalmente,
vão tomar partido, e vão se dividir. Pense bem antes de promover e contratar e, uma vez decidido
isso, explique as razões pelas quais este ou aquele funcionário foi preferido.
Ou, se você resolver ser ousado, mas ousado mesmo, faça como fez o Ricardo Semler: certa vez, na
qualidade de presidente da Semco, ele deveria escolher o chefe do setor de pinturas. Em vez disso,
ele reuniu todos os funcionários do setor, e pediu para eles escolherem quem iria ser o chefe. Deu
trabalho, foi algo inesperado, mas o resultado compensou.

Crie a imagem do cliente interno: Já dissemos aqui que todo funcionário é uma empresa,
responsável por sua própria carreira. Então, os outros membros da equipe são seus clientes. Assim,
todos são clientes de todos. E o que é que se diz sobre os clientes? O cliente é rei. E assim deve ser
o relacionamento entre sua equipe, e entre sua equipe e você. Cada um tem alguma coisa a entregar
à pessoa (empresa) do lado, que são seus clientes. Manter esses clientes, expandir o mercado. E,
lógico, lucrar mais com isso.

(Extraído do livro: Manual do Gerente – Editora Quantum)

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