Pesquisa revela despreparo para Copa das Confederações

Três em cada cinco comerciantes não estão se planejando para o evento que começa em junho

De acordo com uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 59% dos comerciantes brasileiros não tem se preparado para a temporada da Copa das Confederações. O levantamento apurou dados de lojas das seis cidades-sede do evento, mostrando também que, dos empresários que estão se planejando, 42% começou os preparativos há menos de 3 meses.

Do total de lojistas que não estão se estruturando para a recepção de turistas-clientes, 27% alega falta de retorno para o negócio. Uma porcentagem de 14% justifica que não possuem capital para investimento e 13% alegam carência de incentivos governamentais. Entre os que vão investir em seu negócio, 77% informaram que o investimento veio do próprio bolso, enquanto 20% fizeram empréstimos em bancos. “É inaceitável que a oferta de crédito no Brasil ainda seja direcionada para o grande empresário, sendo que 95% do comércio brasileiro é composto por micro e pequenas empresas. Os empréstimos não alcançam os pequenos, porque as taxas de juros oferecidas são caras e o acesso ao crédito é extremamente burocrático”, diz o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior. Ele ainda ressalta que toda a política de treinamento e capacitação do governo não tem atingido esses comerciantes.

As principais ações relatadas como foco nesse preparo para o evento são treinamento de equipe, ampliação de estoque e aumento da variedade de produtos e serviços ofertados. Sobre os consumidores, a pesquisa ainda aponta que 63% dos turistas terão poder aquisitivo diferente de seus clientes atuais e 60% serão de outra nacionalidade.

Quando questionados sobre a percepção que possuem sobre a infraestrutura do país, os empresários consideraram que o Brasil está despreparado para a recepção do evento. Para eles, as áreas que mais se mostram aquém das necessidades são transporte público, saúde, estacionamento, segurança pública e infraestrutura acessível a pessoas com deficiência física. Na contramão desses dados, os setores considerados mais preparados são os de investimento privado, como bares e restaurantes, comércios em geral e hospedagem.

De todos os empresários entrevistados, 46% revelaram que se prepararão de forma diferente para a Copa do Mundo de 2014. “Não há dúvidas de que os comerciantes vão aproveitar os pontos que funcionaram durante a Copa das Confederações e aperfeiçoar os que não funcionaram para a Copa do Mundo”, comenta Pellizzaro Junior.